Quando se mora longe de casa e se está na faculdade principalmente quando se é apegado à família e não se conhece ninguém na cidade, é preciso realizar um esforço árduo.
No meu caso, aconteceu. Não arduamente, porque precisava de sair da minha área de residência, não por causa da família, porque os adoro de morte, mas simplesmente porque moro numa vila que, apesar de estar em crescimento, é pequena. E se não viesse para a faculdade onde estou, muito provavelmente iria trabalhar para Lisboa.
Senti necessidade de voar, sair da minha área de conforto. Tarefa esta que é bastante complicada para algumas pessoas que estão habituadas ao ninho, ao sítio onde conhecem todas as pessoas ou parte delas.
Tive de aprender muitas coisas. Por exemplo, a cozinhar. Tenho uma mãe excelente, que sempre quis ser ela a fazer tudo. Poucas semanas antes de saber que entrava na faculdade, comecei a aprender pratos simples. Sim com 18 anos não sabia fazer coisas básicas, a sorte é que aprendo depressa e consegui safar-me. Nem que seja massa com atum, comida típica dos universitários.
Conheço relativamente a cidade para onde vim estudar, mas não conhecia as terrinhas à sua volta. Pensei que a faculdade ficasse no centro da cidade. Enganei-me, para ir até à cidade tenho de apanhar um transporte. Ah, essa também foi outra, como ainda não tenho a carta sempre que quero ir a algum lado tenho de viajar de transportes públicos, outra coisa que não estava habituada.
Aprendi a fazer malas. Aprendi que se não vou usar uma roupa no fim-de-semana não a vou levar porque quem vai sofrer são as minhas costas, consequentemente fiquei com contraturas por causa dos pesos. Aprendi que são muitos os colegas com que me vou cruzar na faculdade, mas poucos são os amigos que vou manter.
E apesar de ir a casa maioritariamente todos os fins de semana, tenho saudades do conforto de casa, dos miminhos e da comida da mãe.
E felizmente amanhã chegam as """""""férias""""""" da Páscoa. E eu que sou ateia adoro!
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